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terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

PILOTOS E MECÂNICOS TERÃO DE ABANDONAR O KARTÓDROMO ATÉ ESTE SÁBADO, DIA 19

Uma notícia não muito boa para os amantes do kartismo potiguar. Uma descisão judicial determina que o kartódromo seja desocupado o mais rápido possível para dar prosseguimento as obras da Arena das Dunas. A notícia foi divulgada pelo portal JH em 17 de janeiro. E a pergunta. Como vai ficar o nosso kartismo no RN?  

Pilotos e mecânicos terão de abandonar o Kartódromo até este sábado, dia 19

   

Faltam dezoito meses para a partida inaugural da Copa do Mundo de 2014. Pouco para a conclusão de obras estruturantes e para a quantidade de problemas acumulados nas doze sedes. Em Natal, uma das menores cidades a receber partidas, a novidade é o imbróglio que envolve a derrubada do Kartódromo Geraldo Melo para a construção de parte das 1,3 mil vagas de estacionamento previstas para o Arena das Dunas.

Notificados pela Justiça sobre o prazo para liberarem a área, alguns dos responsáveis pelo automobilismo do Estado se movimentam para postergar a data limite do despejo, sábado próximo, dia 19. Construído em 1989 e entregue à população no ano seguinte, a pista serve para o treinamento de pilotos, bem como de sede para as principais etapas no Rio Grande do Norte.

De um lado, a Associação de Pilotos, Federação de Automobilismo, pais de campeões brasileiros, mecânicos e funcionários do kartódromo. Do outro, integrantes do Governo do Estado que tiveram três anos e meio para viabilizar desapropriações e novas alternativas para aparelhos públicos inseridos na área em que a Arena é construída.

Agora, sem brecha para adiamentos na obra, chega, para a federação e os administradores do bar-temático Kurt-Kart, uma ordem judicial que determina a devolução do local para o Estado – a decisão, concedida pelo juiz da 3ª Vara da Fazenda Pública, Geraldo Antônio da Mota, vale desde segunda-feira passada; são cinco dias para o cumprimento.

Na manhã desta quinta-feira (17), a equipe d’O Jornal de Hoje esteve no kartódromo e registrou uma cena emocionante. Na vez de financiador, mecânico e torcedor, Inácio Oliveira, pai do piloto Nilo Mateus, de 9 anos, chorou ao falar sobre a derrubada do lugar, como uma memória prestes a ser apagada. O menino também foi às lágrimas, ao chegar hoje cedo para dar suas últimas voltas na pista.

“Nós sabíamos que, uma hora ou outra, teríamos que sair daqui, já que fizeram esse estádio para os três ou quatro jogos da Copa. O problema é a falta de perspectivas para o futuro. Ninguém nos disse nada sobre outro local, outra pista, nada”, lamentou Inácio. Com isso, toda uma programação está comprometida.

Para o presidente da Associação dos Pilotos de Competição, Michel Aguiar, foi, sim, dito algo de concreto. Ele participou de uma reunião, em setembro de 2011, na qual a governadora Rosalba Ciarlini, teria dito, na presença do presidente da Confederação Brasileira de Automobilismo, Cleiton Pinheiro, que construiria um novo kartódromo na região metropolitana de Natal. Na ocasião, teria sido aventada a realização de provas de nível nacional na nova pista.

“O secretário Demétrio Torres [Secopa], inclusive, em outra reunião, olhou para os meninos que estavam na frente dele [Victor Uchôa e Gabriel Aguiar] e disse que não os deixaria desamparados, que faria uma nova pista. O tempo passou e nada foi feito. Agora ele não nos atende, nos trata com indiferença, não nos recebe mais”, diz Michel, que informa o custo de R$ 500 mil, R$ 600 mil para um kartódromo. “É um valor baixo para o Governo”.

Outro que esbraveja contra a falta de atenção que tem sofrido do secretário Demétrio Torres é Gláucio Uchôa, pai do campeão Victor. “Ele não conversa com pilotos. Nos trata com desprezo, longe do que se espera de um secretário de Estado. Estamos entrando com uma liminar para garantir a manutenção de posse até que eles nos digam onde será a nova pista. Todo esse problema decorre da incompetência da Secopa, que teve tempo de sobra para sentar e conversar. Foi uma atrapalhada atrás da outra. O que mais me assusta é que a governadora não tem controle sobre a Copa”.

O desabafo segue com a comparação com outros prédios demolidos para a execução do projeto da Arena das Dunas. Com promessas de abraço coletivo, como um ato de revolta, Gláucio fala em tom de enfrentamento. “O que aconteceu com o Machadão, que veio abaixo sem maiores discussões, não acontecerá com o kartódromo. Vamos dificultar ao máximo essa ordem judicial, nem que para isso tenhamos que convocar todos os amantes de automobilismo para darmos as mãos em torno do lugar”.

A reportagem tentou entrou em contato com o secretário da Secopa, Demétrio Torres, mas até o fechamento desta edição, por volta das 13h, não obteve êxito.


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